Ana entra contando sete passos.
(Traz consigo uma bolsa de pano suficientemente grande para conter algumas bugicangas)
Ela oscila dando um passo para frente e outro para trás por três vezes.
Pára.
Respira fundo e olha para os lados deixa a cabeça cair.
Senta-se no chão sobre a sacola.
Respira profundamente três vezes.
Fica estática.
Então salta um pouco com o quadril para cima empurrada por algo que está dentro do saco.
Ela bate no saco.
Fica parada e gira a cabeça ao redor do pescoço, um giro lento.
Depois dois giros mais rápidos para o lado oposto.
Depois gira mais três vezes para o outro lado e mais rápido e ao final deste giro do pescoço,
O próprio tórax também gira fazendo o tronco girar em torno da cintura.
Salta mais alto com o quadril como sendo empurrada pelo saco.
Cai e continua rodando com o tronco e um salto mais alto a põe de joelhos com o saco entre as pernas.
A perna direita se estende para o lado indo o mais longe que pode e a sua cabeça é atraída para a ponta do
pé direito, o corpo se curva para cumprir este movimento.
Ela cai jogando o corpo para frente e deixa-se espalhar pelo chão formando um imenso “X”.
O seu quadril começa a pulsar numa freqüência de 7 ciclos por minuto, em cima e embaixo, como se estivesse fazendo sexo com o chão.
O seu braço esquerdo começa a pulsar em direção ao alto numa freqüência de 7 ciclos por segundo, como se estivesse batendo a massa para fazer biscoitos.
O seu braço direito começa a pulsar numa freqüência de 7 ciclos por segundo, batendo o chão como se batesse na água de uma bacia.
A sua perna direita começa a pulsar numa freqüência de sete ciclos por segundo, depois a sua perna esquerda pulsa igualmente.
Todo o corpo se joga para cima e para baixo num frenesi.
Num instante põe-se de pé e a sua cabeça é puxada à altura de sua cintura para frente,
Puxada pela cabeça por um senhor invisível,
Ela circula o palco puxada pela cabeça.
Para diante do saco e cai de joelhos,
Os seus braços são arrastados para frente rentes ao chão, e sua cabeça bate no palco num ritmo de 7 ciclos por minuto, durante três minutos.
Levanta o rosto e ele está encharcado de sangue.
Ela gira em direção ao lado oposto ao saco, e lambe o sangue que lhe escorre pelo rosto, os seus braços estão inertes e parecem estarem desligados.
Então subitamente ela é arrastada para cima puxada pelos cabelos e fica na ponta dos pés, e saltitante em equilíbrio precário é arrastada violentamente para esquerda e arremessada contra uma parede invisível, ela sente o impacto da parede e o seu corpo estremece.
Ela cai e fica inerte, e dá três respirações profundas.
Então subitamente é erguida pelos cabelos e ficando na ponta dos pés é arrastada de forma sinuosa e serpenteando em círculos por uma vez, depois mais veloz na segunda volta e depois mais veloz ainda na terceira volta e é arremessada contra uma parede invisível no lado direito.
Ela sente o impacto e cai no chão, fechada como um feto, com o corpo totalmente encolhido.
Respira profundamente três vezes.
Pára por um minuto.
Nada acontece por mais outro minuto.
Então seu corpo começa a oscilar para um lado e para o outro, primeiro em três ciclos por minuto.
Pára. Um minuto imóvel.
Então começa a oscilar com mais vigor em cinco ciclos por minuto.
Para e por um minuto mais nada acontece.
Então começa a oscilar com mais vigor num ciclo de 7 ciclos por minuto.
Num instante põe-se de pé e anda para trás doze passos contados e lentos.
Depois anda em zig-zag por mais doze passos abertos em máxima distancia entre o pé esquerdo à esquerda e o pé direito à direita a frente.
Salta para uma posição com os dois pés juntos.
O pé direito coça o pé esquerdo sobe até o joelho e coça o joelho,
A cabeça baixa-se e o pé coça a cabeça.
Ela pára e ergue o rosto e abre a boca como numa risada afônica em câmera lenta.
Volta-se para o saco e aponta-lhe o indicador direito e oscilando-o para cima e para baixo em movimento largo, faz algo como uma repreensão.
Então se volta, leva as duas as mão aos cabelos e os assanha e jogando os braços para o ar deixa-os cair sobre o saco, ergue-o e colocando-o nas costas dá três grandes passos, quase saltos para fora de cena.
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